terça-feira, 1 de abril de 2008

[...] Já não via muita coisa, o quarto estava escuro, e os olhos ainda não estavam acostumados. Gritava em vão. As mãos balançavam, não porque quisesse, e sim porque não havia mais domínio sobre o corpo. O chão parecia tremer, mas na verdade eram as pernas que insistiam em não obedecer. As sombras produzidas pelas árvores não causavam mais arrepios. O ciúme estava me enlouquecendo, ele tirava a cor de tudo, não havia cores. Gritava sabendo que não seria ouvida, apenas para extravasar. O telefone tocou, era ele. As cores voltaram. [...]

3 comentários:

André Cendon disse...

Isso é que é sentir necessidade de uma pessoa...

Everaldo Ygor disse...

Olá...
Um belo micro conto...
O desejo, sempre presente em grandes/pequenos escritos...
Abraços
Everaldo Ygor
http://outrasandancas.blogspot.com/

Johnny M. disse...

Vc fez uma boa representação do que é sentir ciúme. Realmente perdemos o controle. Não queremos sentir, não devemos, mas é impossivel frear, conter.