sexta-feira, 4 de abril de 2008

A rua parecia longa, e o som dos passos estava cada vez mais alto. Estava voltando para a realidade. Chovia muito, as roupas grudadas no corpo lembravam a infância, os pingos atingindo o rosto como faca davam a sensação de vida. O importante era caminhar. Queria aproveitar cada pingo, como prova de que estava ali, viva. Andava, gritava, chorava. A rua estava vazia, as casas trancadas pelo medo, as luzes apagadas denunciavam que ali famílias dormiam. Poderia apostar que ninguém estava tão vivo naquele momento, confinados nos limites da comodidade. Havia acabado de abrir a porta de casa e percebera o quanto esta estava irreconhecível, a tristeza havia tomado conta, sequer sabia quanto tempo havia estado distante. Mas isso havia acabado, era hora de mudar. As cortinas foram abertas para possibilitar que o nascer do sol fosse visto. O café escorria pelo ralo, seu cheiro forte rondava pela casa, o telefone não mais estava sobre a mesa. As roupas molhadas foram colocadas no varal, o sol deveria secá-las. Estava sentada em uma poltrona, as mãos brincavam com o cabelo. Esperava. Não precisava olhar as horas, isso não importava, queria apenas aproveitar. O brilho do Sol invadia a sala. Era um novo começo.

2 comentários:

Daniel Freitas disse...

naod eu pra ler direito,mas oexto é bom!!
abraços

Unknown disse...

Muito,muito bom *-*
Sinceramente,eu adorei seu blog
haha

:)