A luz no fim do túnel. Uma obsessão, uma ilusão, uma salvação. Só precisaria de uma certeza sobre sua existência, assim o medo de cair tornar-se-ia menor. Isso não era possível, jamais será. Precisava passar por tudo, precisava sofrer a dor física e moral que a vida impõe, e quando eu estivesse preparada eu poderia ver a luz, que me guiaria para a felicidade. Deveria ter previsto que a luz do túnel só nos acompanha enquanto por ele transitamos. E ela aceita isso sem sequer reclamar, ela se torna uma ponte que ficará para trás, mesmo que talvez não saiba. Deveria passar o oitavo dia agradecendo por isso, pois sem ela não haveria crescimento. Cresci. Chegara a hora de abandonar o túnel, de ser aquilo que sempre sonhei. A dor era insuportavelmente necessária, assim como a primeira respiração de uma criança. Não tinha dúvidas quanto ao que precisava fazer, o coração batia forte em pedidos de desculpa, mas empurrava-me para meu caminho. Então segui. Nunca poderei esquecer essa luz, e ela tem o seu nome.