sexta-feira, 21 de março de 2008


Talvez só precisasse de um abraço, de um grito de sanidade. Um pesadelo. Os dedos gelados pelo desespero acariciavam a própria pele, estava limpando as lágrimas e abrindo espaço para outras. Talvez tentando sentir algum calor humano, mesmo que o próprio, apesar de saber que é impossível. Uma música poderia acalmar, mas não conseguiria escutar. O único som que poderia ouvir era o do próprio coração, pedindo socorro. Não poderia fazer mais nada, só precisava dormir, e assim fez. Um sonho. O vento movimentava as folhas, secas pelo tempo, e fazia seu cabelo ser tão livre. O sol deixava sua sombra tão próxima. Até conseguia ver você vindo, e você realmente estava ali. Faltava algo. Um abraço, agora podia lembrar, era tudo o que queria. Não havia algo que mais vida pudesse dar, do que abraçá-lo. Novamente, o vento frio da noite batia no corpo, e as mãos geladas tocavam o rosto. Dessa vez a procura de um sorriso. E ele estava lá, ele sempre estivera lá. O barulho das folhas secas estava próximo novamente. Para sempre.

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